O projeto enquadra-se no plano de investigação associado ao Real Edifício de Mafra, Sítio Cultural inscrito na Lista do Património Mundial pela UNESCO desde 2019.

A Tapada de Mafra, está circunscrita por um muro de 22 km que delimita uma área de 1.200,47 hectares desde 1747. Encontra-se dividida entre a Tapada Militar tutelada pela Escola das Armas (Exército) e a Tapada Nacional gerida pela cooperativa Tapada Nacional de Mafra – Centro Turístico, Cinegético e de Educação Ambiental.


Com uma vigência plurianual, este Projeto de Investigação Plurianual de Arqueologia (DL 164/2014) é promovido pela Câmara Municipal de Mafra em parceria com as entidades que integram a Unidade de Gestão do Real Edifício de Mafra: Escola das Armas, Tapada Nacional de Mafra, Palácio Nacional de Mafra, Paróquia de Mafra e com a colaboração da UNIARQ, Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa.


Aprovado pelo Património Cultural, IP em agosto de 2023, este projeto será desenvolvido entre 2023 e 2027, prevendo-se que as ações de investigação decorram até 2030.


O projeto PATM – Paisagens Antigas da Tapada de Mafra – pretende desenvolver o estudo arqueológico, patrimonial e ambiental da Tapada de Mafra, numa perspetiva interdisciplinar, que conjuga paisagem e ação humana, estruturando-se em dois vetores: Carta Arqueológica e Estudo Paleoambiental.

A ocupação humana e os sítios arqueológicos

Na componente de Carta Arqueológica, pretende-se fazer um levantamento exaustivo da ocupação humana neste território, abrangendo todos os períodos cronológicos, incluindo quer sítios arqueológicos, quer outros vestígios patrimoniais edificados.

Atendendo ao atual uso do solo, com forte componente florestal de difícil visibilidade, está prevista a realização de uma metodologia de prospeção que inclui metodologias de teledeteção (LiDAR), modelos preditivos, análise da documentação história e levantamentos geofísicos.


Estão previstos trabalhos de levantamento fotogramétrico de bens patrimoniais histórico-arqueológicos, como Fortes das Linhas de Torres e estruturas hidráulicas. Pontualmente, poderão ser realizadas sondagens arqueológicas de caracterização.

Estudo da evolução da paisagem

Na vertente Paleoambiental pretende-se efetuar um estudo da evolução da paisagem da Tapada nas componentes de geomorfologia (evolução e alteração dos cursos de água, erosão, impacto humano, entre outros) e de coberto vegetal (evolução ambiental e paisagística).

O estudo será realizado com base na análise de diversos indicadores ambientais de sedimentos recuperados em sondagens geoarqueológicas realizadas em áreas propícias à acumulação de sedimentos.

Com o desenvolvimento deste projeto pretende-se aumentar conhecimento do percurso histórico e natural deste território bem como desenvolver ações de disseminação deste património.

A Equipa
  • Ana Catarina Sousa. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, UNIARQ, Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. Coordenação geral
  • Marta Miranda. Câmara Municipal de Mafra. Coordenação executiva
  • Ana Maria Costa. Laboratório de Arqueociências (PC, IP) Investigadora do Instituto D. Luís I, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, BIOPOLIS-Cibio, Universidade do Porto, UNIARQ. Coordenação científica da componente paleoambiental
  • André Texugo. UNIARQ / Centro de Estudos Geográficos. Prospeção e teledeteção
  • Carlos Costa. Câmara Municipal de Mafra. Prospeção e escavação
  • Carlos Pereira Universidade Complutense de Madrid, UNIARQ, Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. Arqueologia (Idade do Ferro e Romano)
  • Cristina Gameiro. UNIARQ, Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. Arqueologia (Paleolítico)
  • Jesus Acero. Universidade de Sevilha, UNIARQ, Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. Arqueologia (Hidráulica)
  • João Tereso. BIOPOLIS-Cibio, Universidade do Porto, FCT. Estudos paleobotânicos
  • Leandro Borges. Mestrando de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Prospeção e escavação
  • Maria da Conceição Freitas. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Instituto D. Luís I, Geologia
  • Tânia Casimiro. IHC, Instituto de História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Arqueologia (Moderna e Contemporânea)

Consultores

  • Lurdes Rodrigues. Câmara Municipal de Mafra. Fontes locais
  • José Paulo Berger. Coronel Engenheiro reformado. Engenharia militar e património histórico militar
  • Patrícia Alho. ARTIS (Instituto de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa). Sistemas hidráulicos.

Campanha de prospeção arqueológica (10 a 22 de Setembro de 2023)
Equipa de estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa: Inês Silva, João Monte, João Poiares, Livia Spinacci, Maria, Sara Martins, Daniel van Calker

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