Património natural - Biodiversidade

Numa área de 833 hectares, encontramos uma floresta única, com grande diversidade de habitats, onde se podem observar em liberdade diferentes espécies.

Com inventários faunísticos a ultrapassar as 160 espécies só de vertebrados e estando ainda claramente aquém da realidade, esta propriedade continua a carecer de investigação que torne o seu conhecimento mais completo e permita ações de gestão mais adequadas à preservação das várias espécies aqui existentes.


Dessa biodiversidade destacam-se espécies com estatutos de conservação mais sensíveis que funcionam como bioindicadores, comprovando que aqui estão reunidas as condições de abrigo, alimento e conservação, que levam à sua fixação.

Desde a Águia- de-Bonelli (Aquila fasciatus), passando pelo Morcego-de-Bechstein (Myotis bechsteinii) com estatutos “Em Perigo” até ao Açor (Accipiter gentilis), ao Morcego- de- Ferradura- Pequeno (Rhinolophus hipposideros) e à Vibora- Cornuda (Vipera latastei) de Estatuto de Conservação “Vulnerável”, são alguns dos exemplos que atestam a importância desta floresta.

O relevo acentuado (Tojeira e Sunível) deve-se a chaminés vulcânicas, testemunhos de episódios vulcânicos que ocorreram há cerca de 72 Milhões de anos.

Realça-se a existência de três grandes monumentos naturais; um castanheiro-da-índia, uma olaia e um sobreiro, árvores classificadas como de Interesse Público, devido à sua dimensão e idade estimada.

O sobreiro encerra uma curiosidade sobre ele, que é o facto do mesmo não ser descortiçado, pelo menos desde os anos 40 e com idade estimada em 400 anos.

O Castanheiro-da-Índia (Aesculus hipocastanum L.) e a Olaia (Cercis siliquastrum L.), acredita-se que a sua plantação terá ocorrido no reinado de D. Luis I por ordem do seu pai, D. Fernando II.

 

Presentemente decorre um programa LIFE (2020- 2025), que visa a conservação da única população peri- urbana de águia de Bonelli (Aquila fasciata) da Europa, residente em Portugal, na área Metropolitana de Lisboa.
Este projeto designado por “Projeto Lx Aquila” é coordenado pela SPEA- Sociedade Portuguesa para o estudo das aves e envolve 14 entidades que em conjunto pretendem criar uma rede de custódia de território, promover ações de estudo e conservação envolvendo proprietários, gestores, público em geral e a comunidade escolar.

O envolvimento em projetos de ciência cidadã levou a Tapada Nacional de Mafra a juntar-se à rede de embaixadores do projeto VACA- LOURA.pt, que visa ações de estudo, monitorização e identificação de espécies de escaravelhos saproxílicos (espécies em que durante pelo menos uma fase do seu ciclo de vida, se alimentam de madeira morta). Como exemplos de espécies já identificadas, temos a Vaca- ruiva (Lucanus barbarossa) e o Escaravelho rinoceronte ( Oryctes nasicornis).

No âmbito do projeto “Projeto Lx Aquila” foi colocado no final do ano de 2021 uma webcam no ninho da águia de Bonelli (Aquila fasciata) o que permitiu diversas aprendizagens e a monitorização das águias e cria. 

Em 2022, vimos a postura dos ovos, a eclosão e o crescimento da cria. 

Foi ainda colocado um gps na cria nascida em fevereiro e através de análises de DNA, ficámos a saber que a cria de 2022 é uma fêmea.
Sabemos também que é uma juvenil bastante afoita e tem voado e viajado muito desde que abandonou a Tapada; França, Espanha e sul de Portugal.
Os biólogos têm aprendido sobre novos hábitos desta espécie, como a partilha de tarefas e forma de ensinar a cria a comer.

 Está a iniciar-se um novo ciclo

Já temos o ninho reconstruído e em breve a postura…

Não perca pitada deste novo ciclo, siga para a webcam, observe e escute os seus sons!

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